segunda-feira, 16 de maio de 2011

Quer ser um bom líder? Está na hora de se conhecer melhor

A habilidade mais importante e essencial em um bom gestor não está em saber lidar com a equipe. A qualidade número 1 é conhecer a si mesmo. Para Joan de Dou, professor de Gestão de Pessoas nas Organizações do IESE, da Universidade de Navarra, na Espanha, o autoconhecimento é chave para o sucesso. “O líder deve saber gerir a si mesmo”, afirmou o professor e médico psiquiatra no encontro Insights com Época NEGÓCIOS, realizado nesta quarta-feira (28/10) em São Paulo. De Dou defende que o gestor necessita conhecer seus pontos fortes e fracos e gerenciar isso da melhor forma. Ele deve ter a habilidade de administrar suas emoções para lidar de forma eficaz nos momentos de pressão e com as contrariedades.
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O autocontrole é, inclusive, a primeira resposta à busca do equilíbrio entre vida pessoal e profissional. De Dou diz que o equilíbrio começa pela forma como o indivíduo reage às adversidades. “A solução dos problemas não está no entorno, mas na forma como a pessoa enfrenta as dificuldades”, afirma. Essa postura, diz o psiquiatra, exige que a pessoa consiga discernir sobre o que quer da vida, quais são seus objetivos e como deseja alcançá-los. “Dizer que quer ser feliz e cuidar da mulher e dos filhos não basta. É preciso saber concretamente o que quer”, diz o professor, que, em sala de aula, pergunta a seus alunos de MBA qual é o sentido da vida.
Além da autorreflexão, o autoconhecimento exige outras duas importantes atitudes – solidariedade e o saber ouvir. “Para escutar alguém, a pessoa precisa estar relaxada e atenta ao outro. Não é o momento de ser protagonista ou ficar na defensiva. É o momento de escutar.” Por solidariedade, entende-se na psicoterapia a comunicação, o envolvimento com outras pessoas, o sentimento de pertencer a uma ou mais comunidades. “Não posso querer me fechar em mim mesmo. Devo colaborar com os outros, interagir, compartilhar.”
Em sua palestra, Joan De Dou chamou atenção para outra questão muito discutida nos dias de hoje. “Muito se fala sobre o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, como se o trabalho atrapalhasse a vida pessoal. E é o contrário”, diz De Dou. “A falta do trabalho, seja ele profissional ou não, é o verdadeiro problema.” A questão está em descobrir o que se gosta de fazer, a partir do autoconhecimento, e buscar um trabalho que atenda à essas preferências.
E o que as empresas têm a ver com tudo isso? “Muito”, diz De Dou. “Especialmente aquelas que dizem que as pessoas são o principal ativo da companhia. Estas devem, sim, se preocupar com o desenvolvimento pessoal de seus empregados.” A prática do coaching é uma forma encontrada por muitas corporações para incentivar a busca do autoconhecimento. Conhecer a si mesmo, entender porque uma dificuldade o perturba tanto e encontrar o sentido no trabalho são questões pessoais importantes que contribuem muito para a gestão das pessoas e, consequentemente, para os resultados da companhia.

DE ÉPOCA NEGÓCIOS POR Karla Spotorno

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